A viagem a Marrakech foi das mais marcantes que até hoje já fiz. Por um lado, pelo simbolismo de aterrar num continente diferente, neste caso África, e por outro lado, pelo facto de contactar com uma cultura completamente diferente da nossa.
Fiz a viagem a partir de Sevilha numa companhia aérea low-cost e acreditem que compensa mesmo tendo que fazer a viagem de carro de Lisboa a Sevilha.O alojamento em Marrocos está ao nível dos parâmetros europeus e existem ofertas para todas as bolsas. Optei por ficar no tradicional riad, um edifício com um pátio no centro com uma fonte, localizado nas ruas labirínticas da Medina (centro histórico). O difícil, mesmo, é a orientação na Medina, mas rapidamente várias pessoas prontificam-se, a troco de algumas moedas, a guiar-nos. O clima é quente e seco com a temperatura a atingir facilmente os 45ºC (em Julho) mas o facto de haver muito pouca humidade torna bastante suportável. Para quem gosta de compras, os souks (mercados locais) são o local ideal, sempre muito animados e cheios de cor. Na famosa praça Jemaa El Fna encontramos os refrescantes copos de sumo de laranja natural troco de poucos cêntimos. Confesso que bebi dezenas deles. Nesta praça converge toda a cidade e é o ponto de encontro de encantadores de serpentes, acrobatas, contadores de histórias e muitas outras atracções. A gastronomia é bastante rica com recurso à enorme variedade de especiarias. Um dos pratos típicos é o tajin, um cozido em prato de barro com carne, batatas e alguns legumes. O curioso é que nada leva sal, mas nunca senti realmente a falta dele. Os mais aventureiros poderão atravessar a cordilheira do Atlas e ficar às portas do deserto do Sahara. Pode-se andar de camelo, ao nascer e por-do-sol, jantar com os tuaregues e dormir numa tenda de tuaregues.
Uma viagem inesquecível, num país seguro e acolhedor, com tanto para mostrar ao mundo.